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Wednesday, March 28, 2012

Açores a pé pelas nove ilhas

Açores a Pé - «Quero perscrutar o quotidiano açoriano sem pressas»
O jornalista Nuno Ferreira já partiu para uma nova aventura: A travessia das nove ilhas dos Açores a pé em busca do quotidiano açoriano, das tradições, cultura popular e diferentes realidades. Com ele leva uma mochila, um computador e a máquina fotográfica.

Café Portugal | sábado, 17 de Março de 2012

Café Portugal - Depois de ter atravessado o continente a pé de Sagres ao Minho e ter publicado a aventura no livro «Portugal A Pé» (edição Vertimag), o que podemos esperar da sua viagem nas nove ilhas dos Açores?
Nuno Ferreira - O que eu pretendo fazer nos Açores já a partir do dia 17 de Março na Ilha de São Miguel é ir caminhando pelas freguesias de cada ilha e ir vivenciando a realidade de cada uma e os contrastes que vão surgindo tanto a nível de paisagem como de tradições e cultura popular. Parto sem ideias pré-concebidas nem sobre o arquipélago nem acerca das nove ilhas que o compõem. Farei o que fiz no continente mas adaptado à realidade açoriana: perscrutar o quotidiano sem pressas, seja a faina da pesca, seja a lavoura, seja uma festa religiosa.

C.P. - Esta não é a sua primeira visita açoriana. Já esteve no território noutros momentos, inclusivamente percorreu a ilha de São Miguel com os romeiros. Pode-nos falar brevemente dessas aventuras?
N.F.- Fiz diversas reportagens nos Açores. A experiência na companhia dos romeiros em 1986, num rancho da Ribeira Grande e em 1992, num rancho de São Pedro de Ponta Delgada foi muito marcante e uma das razões porque decidi começar a travessia por São Miguel. Conheci bem o território enquanto romeiro e guardo ainda na memória a experiência de caminhar de madrugada em lugares mágicos como Pedreira do Nordeste ou Água Retorta.

C.P. - Para além dessa vontade de conhecer e vivenciar, a viagem acarreta a chamada logística do viajante. Como se organiza o Nuno?
N.F.- Levou a mochila, o computador e a máquina fotográfica. No fundo o mesmo que levei no continente. A ideia é conseguir que o peso não chegue aos 15 quilos como aconteceu na minha primeira fase no Algarve. Torna-se difícil conciliar a caminhada e o esforço físico com a parte propriamente jornalística.

C.P. - Em seu entender qual poderá vir a ser o maior desafio?
N.F.- O grande desafio é sempre vivenciar sem que a nossa condição de jornalista altere muito o quotidiano à nossa volta. Foi isso que eu fiz ou pretendi fazer no «Portugal a pé». Fui vivendo a desertificação, o desemprego e a emigração de uma forma natural. Bastava chegar a uma terra e dar dois dedos de conversa para perceber o que se passava, além de que via pelos meus olhos o vazio do interior rural no continente. Nos Açores e em relação às diferentes realidades e situações que vou encontrar, pretendo agir da mesma forma: Vivenciar, deixar que a realidade se imponha a mim e não o contrário.

C.P. - Sabemos que na sua primeira viagem, no continente, nem tudo foi fácil. Agora parte com um apoio diferente?
N.F.- Sim, tenho de agradecer o apoio da companhia aérea SATA e da Editora Vertimag que já anteriormente publicou o livro «Portugal a Pé» e que desde a primeira hora acarinhou esta nova iniciativa. Publicarei semanalmente as crónicas da travessia açoriana na revista Café Portugal que também apoia o projecto. Paralelamente publicarei uma crónica a cada dois meses na revista Epicur.
Em:http://www.cafeportugal.net
Aguardamos o fim da viagem e o livro que será produzido! Boa caminhada!
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